No marco dos 30 anos sem Kurt Cobain, Frances Bean compartilha uma carta tocante, repleta de memórias e reflexões sobre a perda, o legado e os laços inquebráveis entre pai e filha. Suas palavras nos levam a uma jornada de amor, perda e aprendizado, mostrando que, mesmo diante da ausência, o amor transcende as barreiras do tempo e do espaço. 🕊️✨
Leia abaixo a carta na íntegra:
Tradução:
"Há 30 anos, a vida do meu pai acabou. A 2ª e 3ª foto capturam a última vez que estivemos juntos enquanto ele ainda estava vivo. Sua mãe, Wendy, frequentemente pressionava minhas mãos contra suas bochechas e dizia, com uma tristeza embaladora, "você tem as mãos dele". Ela as respirava como se fosse sua única chance de segurá-lo um pouco mais perto, congelado no tempo. Espero que ela esteja segurando as mãos dele onde quer que estejam. Nos últimos 30 anos, minhas ideias sobre perda estão em um estado contínuo de metamorfose. A maior lição aprendida através do luto por quase todo o tempo que tenho consciência, é que ele serve a um propósito. A dualidade da vida e da morte, dor e alegria, yin e yang, precisam existir um ao lado do outro ou nada disso teria qualquer significado. É a natureza impermanente da existência humana que nos lança nas profundezas de nossas vidas mais autênticas. Acontece que, não há motivação maior para se inclinar para uma consciência amorosa do que saber que tudo acaba. Eu gostaria de ter conhecido meu pai. Gostaria de saber a cadência da sua voz, como ele gostava do café ou a sensação de ser coberto após uma história de ninar. Sempre me perguntei se ele teria pego girinos comigo durante os verões úmidos de Washington, ou se ele cheirava a Camel Lights e nesquik de morango (seus favoritos, pelo que me disseram). Mas também há uma profunda sabedoria em estar em um caminho acelerado para entender o quão preciosa é a vida. Ele me presenteou uma lição sobre a morte que só pode vir através da EXPERIÊNCIA VIVIDA de perder alguém. É o dom de saber com certeza, quando amamos a nós mesmos e aos que estão ao nosso redor com compaixão, com abertura, com graça, nosso tempo aqui se torna inerentemente mais significativo. Kurt me escreveu uma carta antes de eu nascer. A última linha dela diz, “onde quer que você vá ou onde quer que eu vá, estarei sempre com você.” Ele manteve essa promessa porque está presente de muitas maneiras. Seja ouvindo uma música ou através das mãos que compartilhamos, nesses momentos consigo passar um pouco de tempo com meu pai e ele se sente transcendente. ✨ Para qualquer um que tenha se perguntado como teria sido viver ao lado das pessoas que perderam, estou mantendo vocês em meus pensamentos hoje. O significado do nosso luto é o mesmo".🕊️
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