Brian May, o lendário guitarrista do Queen, revelou em entrevista recente o que motivou a banda a dar uma nova roupagem ao seu álbum de estreia, "Queen I", lançado originalmente em 1973. A reedição, que chegou ao mercado em 25 de outubro, traz uma versão remasterizada e remixada da obra, com direito a faixas bônus, demos e raridades.
Em entrevista à revista MOJO, May explicou por que decidiu remixar e remasterizar o primeiro álbum do Queen:
"Não estou dizendo que a versão original era ruim – apenas não era o que imaginávamos", confessou. A banda sempre sentiu que havia algo inacabado no primeiro disco, como se não tivessem conseguido lapidá-lo da forma que gostariam.
Para essa nova edição, May e os engenheiros Justin Shirley-Smith, Joshua J Macrae e Kris Fredriksson fizeram uma "reconstrução completa" do álbum. Todos os instrumentos foram revisitados para alcançar "os sons ambientes 'ao vivo' que gostaríamos de ter usado na época", como explicou o guitarrista no encarte da reedição.
May revelou que a falta de tecnologia e a pouca liberdade criativa no estúdio impediram que o Queen imprimisse sua identidade sonora no álbum de estreia. "As guitarras foram gravadas muito secas originalmente, então corrigimos isso", contou. "O que ouvimos agora é como o Queen soaria com o conhecimento e as ferramentas de hoje".
O guitarrista ainda relembrou uma crítica que seu pai, Harold May, fez ao disco na época: "Lembro do meu pai dizendo: ‘Não sinto que estou na sala com você tocando ao meu lado, Brian. Falta ambiência.’"
Com essa reedição, o Queen finalmente entrega aos fãs o álbum de estreia como sempre sonhou. E May já deixou no ar a possibilidade de "Queen II" (1974) receber o mesmo tratamento: "Há muitas camadas naquele disco, mas não havia tecnologia suficiente na época para capturá-las como queríamos. Acho que vamos parar por aí, pois em 'Sheer Heart Attack' (1974) já tínhamos tudo sob controle.”
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